quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Chá-de-sumiço

Oi, gente...
Puxa vida, fazia muito tempo que eu não aparecia por aqui, hein?!
Informo que há dois motivos para isso: 
1) Pensava em uma postagem, mas deixava para fazê-la depois e acabava deixando-a de lado;
2) Cedendo a apelos de alunos e colegas, abri um perfil no Facebook e  - confesso! - acabei gostando. Não que tenha me tornado uma "facedependente", mas descobri o quanto ele é rápido e prático.

Não vou abandonar o blog, então peço que não deixem de me seguir aqui, ok? ;)
Mas peço também que me sigam também lá no Face, pois a página de lá tem tido muito mais atualizações.
Endereço: www.facebook.com.br/brincadeirasliterarias

Para terminar a postagem de hoje, uma dica de livro que tem tudo a ver com o título dela: O caso da lagarta que tomou chá-de-sumiço.
Um livro do Milton Célio de Oliveira Filho, ilustrado pelo André Neves e publicado pela Brinque Book. 
Para quem quer um livro de mistério e lindo de se ver e ler, tá dada a dica. :)
 https://docs.google.com/file/d/0B4NeFqBG5DuRd3pVcnJOU3lXZ2M/edit

Um beijo. E nos encontramos em breve. Aqui ou na rede social, ok? ;)

domingo, 16 de junho de 2013

A estrela da Tatiana

Ontem mais uma estrela deve ter aparecido lá no céu.
A estrela da Tatiana Belinky, escritora que nos deixou aos 94 anos de idade para, certamente, criar e contar histórias para outro público.
Abaixo, 3 limeriques escritos por ela:


Os limeriques são historinhas
contadas em só cinco linhas
ritmadas, ligeiras,
com rimas brejeiras:
histórias bem maluquinhas.

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Um gordo, no meio da festa,
a pança prendeu numa fresta
e assim entalado
falou, chateado:
Como é que eu vou sair desta?”

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Um homem caiu num buraco
no qual já estava um macaco.
Criou-se então
a tal situação:
brigaram quais gatos no saco.


BELINKY, T. Limeriques. São Paulo: FTD, 1987


sábado, 27 de abril de 2013

Menina e lua

O belo conto que segue abaixo é parte do livro Faca afiada, de Bartolomeu Campos Queirós. Ela não tem título: é uma história contada pela avó do menino.
Boa leitura...

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Há muitos e muitos anos, não muito longe daqui, vivia uma menina que sonhava em ter a Lua. E, por mais que a mãe lhe dissesse que a Lua ficava longe e era fria, mais a menina chorava e pedia.
Para distrair a filha, a mãe tecia e bordava seus vestidos com luares de prata, pacientemente. O pai enfiava em fios de seda pérolas brancas e lisas, cultivadas em conchas, para o colar da menina. Mas nada trazia a felicidade para a filha, que sonhava, dia e noite, noite e dia, em ter a Lua, mesmo sendo longe e fria.
Muitas vezes, buscando consolar a menina, a mãe dizia: "Filha minha, o caminho da Lua é muito dentro da noite. Em seu escuro, além de estrelas e constelações, grandes dragões cortam as estradas com raios, trovões e labaredas. Nas nuvens da noite dormem morcegos com asas longas, capazes de esconder outros vampiros e demônios." Mas nada desviava o desejo da menina de morar na Lua, mesmo sendo longe e fria.
Uma tarde o pai não voltou do trabalho. Perdeu-se nas sombras da floresta colhendo os frutos mais saborosos, fabricados pela ternura das estações, para presentear à filha. A noite já andava alta, e a mãe, debruçada na janela, com os olhos fixos no caminho que traria o esposo, caiu em um sono grande e mais profundo que o firmamento. E a menina, sonhando com a Lua, aproveitou o descuido dos pais e tomou o caminho de São Tiago, buscando a Lua, longe e fria. A estrada era feita de neblina e poeira de estrela, brilhante como o vidro. Mas entre uma estrela e outra havia o nada. E o nada era imenso e vazio.
Ela assentou-se na primeira estrela, debruçada sobre a noite. Muito triste, começou a chorar. E seu intenso pranto choveu por sobre a Terra. E eram tantas as lágrimas que um oceano, salgado e misterioso, se formou.
A mãe da menina, com medo de se afogar, pediu ajuda aos céus e transformou-se em espírito das águas. O pai, sem a esposa e a filha, cheio de amor, salvou-se em um pequeno barco e passa as noites e noites navegando nos mares, procurando a mulher e a menina querida.
Naquela noite, os soluços da menina chamaram a atenção de um  cavaleiro que galopava pelas estradas de São Tiago. Escutando o pranto, cheio de pena, aproximou-se da menina. Adivinhando o seu desejo de ter a Lua, mesmo sendo longe e fria, ofereceu-lhe ajuda. A  menina montou na garupa do cavalo branco. E, como o cavaleiro era São Jorge, não foi difícil chegar à Lua.
E até hoje, se a noite é clara, a menina desce com a Lua para o fundo dos mares, rios e oceanos, visita o espírito das águas e ilumina o caminho para o pescador de estrelas.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Mario Vargas Llosa

Li um trecho deste texto no caderno de programação do SESC Paço da Liberdade e não pude me furtar a procurá-lo inteiro. Nem a publicá-lo aqui! ;-)


Precisamos ler bons livros e incitar à leitura os que vêm depois de nós
Mario Vargas Llosa


Em feiras de livros ou mesmo livrarias, frequentemente alguém se aproxima pedindo-me autógrafo. “É para minha mulher, filha ou mãe”, explica. “Ela adora ler!” De pronto pergunto: “E o senhor? Não gosta de ler?” E a resposta é quase sempre a mesma: “Gosto, mas sou muito ocupado.”
Já ouvi essa explicação dezenas de vezes. Esse homem – e milhares outros como ele – tem tantos afazeres importantes, tantas obrigações e responsabilidades, que não pode perder seu precioso tempo mergulhado num romance.
Segundo esse raciocínio, a literatura seria uma atividade dispensável, uma diversão que somente pessoas com muito tempo livre poderiam se permitir.
Gostaria de apresentar alguns argumentos contra a idéia da literatura como passatempo e em prol de considerá-la, além de uma das ocupações mais estimulantes e enriquecedoras do espírito humano, uma atividade insubstituível para a formação de cidadãos na sociedade moderna e democrática. Por essa razão, ela deveria ser semeada nas famílias desde a infância e fazer parte de todos os programas educacionais.
Vivemos numa era de especialização em virtude do extraordinário desenvolvimento da ciência e da tecnologia, e da consequente fragmentação do conhecimento em incontáveis avenidas e compartimentos.
A especialização traz benefícios. Possibilita pesquisa e experimentos, e é a força motriz do progresso. Mas também destrói os denominadores comuns culturais que permitem a coexistência, a comunicação e a solidariedade. E leva à separação dos seres humanos em guetos culturais de especialistas, confinados – pela linguagem, por códigos de conduta e pelo conhecimento particularizado – a uma especificidade contra a qual um antigo provérbio já nos advertia: não se concentre tanto na folha, a ponto de esquecer que ela é parte da árvore e esta, da floresta.
Em grande medida, a noção da existência dessa floresta depende do senso de conjunto que une a sociedade e não a deixa se desintegrar numa centena de especificidades. A ciência e a tecnologia, portanto, já não podem desempenhar esse papel unificador da cultura.
A literatura, por sua vez, foi e, enquanto existir, continuará sendo um denominador comum da experiência humana. Aqueles de nós que leram Cervantes, Shakespeare, Dante ou Tolstoi entendem uns aos outros e se sentem indivíduos da mesma espécie porque, nas obras desses escritores, aprenderam o que partilhamos com seres humanos, independentemente de posição social, geografia, situação financeira e período histórico.
Nada nos protege melhor da estupidez do preconceito, do racismo, da xenofobia, do sectarismo religioso ou político e do nacionalismo excludente do que esta verdade que sempre surge na grande literatura: todos são essencialmente iguais. Nada nos ensina melhor do que os bons romances a ver nas diferenças étnicas e culturais a riqueza do legado humano e a estimá-las como manifestação da multifacetada criatividade humana.
Ler boa literatura é ainda aprender o que e como somos – em toda a nossa humanidade, com nossas ações, nossos sonhos e nossos fantasmas -, tanto no espaço público como na privacidade de nossa consciência. Esse conhecimento se encontra apenas na literatura. Nem mesmo os outros ramos das ciências humanas – a filosofia, a história ou as artes – conseguiram preservar essa visão integradora e um discurso acessível ao leigo, pois também eles sucumbiram ao domínio da especialização.
O elo fraternal que a literatura estabelece entre os seres humanos transcende todas as barreiras temporais. A sensação de ser parte da experiência coletiva através do tempo e do espaço é a maior conquista da cultura, e nada contribui mais para renová-la a cada geração do que a literatura.
O que a literatura deu à humanidade, então?
Um de seus primeiros efeitos benéficos ocorre no plano da linguagem. Uma sociedade sem literatura escrita se exprime com menos precisão, riqueza de nuances, clareza, correção e profundidade do que a que cultivou os textos literários.
Uma humanidade sem romances seria muito parecida com uma comunidade de gagos e afásicos. Isso também vale para o indivíduo. As pessoas que nunca lê, lê pouco ou lê apenas lixo pode falar muito, mas vai sem dizer pouco, porque dispõe de um repertório mínimo de palavras para se expressar.
Não se trata de uma limitação somente verbal, mas também intelectual, uma indigência de idéias e conhecimento, porque os conceitos pelos quais assimilamos a realidade não são dissociados das palavras que nossa consciência usa para reconhecê-los e defini-los.
Nenhuma disciplina substitui a literatura na formação da linguagem. O conhecimento transmitido por manuais técnicos e tratados científicos é fundamental, mas eles não nos ensinam a nos exprimir corretamente. Ao contrário, com frequência são mal escritos porque os autores, às vezes expoentes indiscutíveis em sua profissão, não sabem transmitir seus tesouros conceituais.
Outro motivo para se conferir à literatura um lugar de destaque na vida das nações é que, sem ela, a mente crítica – verdadeiro motor das mudanças históricas e melhor escudo da liberdade – sofreria uma perda irreparável. Porque toda boa literatura é um questionamento radical do mundo em que vivemos. Qualquer texto literário de valor transpira uma atitude rebelde, insubmissa, provocadora e inconformista.
A literatura apazigua essa insatisfação existencial apenas por um momento, mas nesse instante milagroso, nessa suspensão temporária da vida, somos diferentes: mais ricos, mais felizes, mais intensos, mais complexos e mais lúcidos. A literatura nos permite viver num mundo onde as regras inflexíveis da vida real podem ser quebradas, onde nos libertamos do cárcere do tempo e do espaço, onde podemos cometer excessos sem castigo e desfrutar de uma soberania sem limites. Como não nos sentirmos enganados depois de ler “Guerra e Paz” ou “Em Busca do Tempo Perdido” e voltar a este mundo de detalhes insignificantes, obstáculos, limitações, barreiras e proibições que nos espreitam de todo canto e em cada esquina corrompem nossas ilusões?
Quer dizer, a vida imaginada dos romances é melhor: mais bonita e diversa, mais compreensível e perfeita. Talvez seja esta a maior contribuição da literatura ao progresso: lembrar que o mundo é malfeito, e que poderia ser melhor, mais parecido com o que a imaginação é capaz de criar.
A sociedade livre e democrática requer cidadãos responsáveis, críticos, independentes, difíceis de manipular, em constante efervescência espiritual e cientes da necessidade de examinar continuamente o mundo em que vivemos, para tentar aproximá-lo do mundo em que gostaríamos de viver.
Sem insatisfação e rebeldia, ainda viveríamos em estado primitivo, a história teria parado, o indivíduo não teria nascido, a ciência não teria alçado vôo, os direitos humanos não teriam sido reconhecidos e a liberdade não existiria. Tudo isso nasce dos atos de desafio a uma vida que se mostra insuficiente ou intolerável. Para esse espírito que despreza a vida como ela é – e, com a insensatez de Dom Quixote, tenta tornar o sonho realidade -, a literatura serve de magnífica espora. A verdade é que o desenvolvimento da mídia audiovisual – que ao mesmo tempo que revoluciona as comunicações monopoliza cada vez mais o tempo que dedicamos ao lazer, relegando a leitura a segundo plano – permite-nos imaginar para um futuro próximo uma sociedade moderníssima, repleta de computadores, telas e microfones, mas sem livros.
Temo que esse mundo cibernético seja profundamente incivilizado, sem espírito, apático – uma resignada humanidade de robôs.
Evidentemente, é muito improvável que essa terrível perspectiva venha algum dia a se concretizar. Não existe um destino que decida por nós o que vamos ser. Depende de nosso discernimento e de nossa vontade que essa utopia macabra se realize ou se apague.
Se queremos evitar o desaparecimento dos romances – ou sua restrição ao sótão dos objetos inúteis – e com isso o desaparecimento da própria fonte que estimula a imaginação e a insatisfação, que refina nossa sensibilidade e nos ensina a falar com eloquência e precisão, que nos torna livres e nos garante uma vida mais rica e intensa, então devemos agir. Precisamos ler bons livros e incitar à leitura os que vêm depois de nós.


terça-feira, 2 de abril de 2013

02/04: Dia internacional do livro infantil e juvenil

Oi, gente...
Nossa, há bastante tempo eu não posto nada aqui...
Mas, como hoje é um dia muito especial, DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL E JUVENIL (em homenagem ao aniversário do norueguês Hans Christian Andersen), não posso deixar mais um dia “branco” aqui no blog.
Para ilustrar esta data especial, escolhi um depoimento da neozelandesa Margaret Mahy, que foi feito por ela nesta mesma data, em 2006.
O texto está em Espanhol, pois agora não tenho tempo para traduzi-lo à nossa língua pátria. Espero que todos consigam lê-lo.

Um beijo e até a próxima. Que, espero, será em breve. :-)


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Nunca olvidé cómo aprendí a leer. Cuando era niña, las palabras correteaban frente a mis ojos como pequeños escarabajos escurridizos. Pero yo era más inteligente que ellas. Aprendí a reconocerlas sin importar su veloz carrera. Por fin, por fin pude abrir libros y entender lo que estaba escrito. Fui capaz de leer cuentos y chistes y poemas yo sola.
Por supuesto hubo sorpresas. La lectura me dio poder sobre los cuentos y de alguna manera también les dio a los cuentos poder sobre mí. Nunca he podido escapar de ellos. Eso hace parte del misterio del a lectura.
Uno abre el libro, acoge las palabras y la historia, que es buena, explota en nuestro interior. Aquellos escarabajos que corren en línea recta de un lado al otro de la página en blanco, se convierten primero en palabras y luego en imágenes y sucesos mágicos. Aunque ciertas historias parecieran no tener nada que ver con la vida real... aunque se transformen en sorpresas de todo tipo y estiren sus posibilidades de una lado al otro como una goma elástica, al final los cuentos que son buenos nos devuelven a nosotros mismos. Están hechos de palabras y todos los seres humanos queremos tener aventuras con las palabras.
Casi todos empezamos como oyentes. Cuando somos bebés nuestras madres y nuestros padres juegan con nosotros, nos recitan rimas, nos tocan los dedos de los pies (Este dedito compró un huevito) o aplauden con nosotros (palmas, palmitas). Los juegos con palabras resuenan en voz alta y como niños, los escuchamos y reímos con ellos. Luego aprendemos a leer la tinta negra sobre la hoja blanca e inclusive cuando leemos en silencio, una voz está presente. ¿De quién es esa voz? Puede ser tu propia voz, la voz del lector. Pero es más que eso. Es la voz de la historia hablando desde el interior del lector.
Desde luego hay distintas formas de contar historias estos días. Las películas y la televisión tienen historias que contar aunque no usen el lenguaje de la misma manera que los libros. Los autores que trabajan en guiones de televisión o cine a menudo deben usar pocas palabras. "Que las imágenes cuenten la historia", dicen los expertos. Vemos televisión con otros, pero cuando leemos, casi siempre estamos solos.
Vivimos en un época en el mundo está lleno de libros. Es parte de la travesía del lector encontrar en la jungla de los textos alguna historia que salte de manera mágica... alguna historia tan emocionante y misteriosa que lo transforme. Creo que cada lector vive por aquel momento en que la palabra cotidiana cambia para dar paso a una nueva broma, a una nueva idea, a una nueva posibilidad con una nueva verdad dada por el poder de las palabras. "¡Si, cierto, dice la voz en nuestro interior. "¡Te reconozco!" ¡qué emoción leer!.
(Margaret Mahy)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Oficina de Música

Oi, gente... Tudo bem?
Semana passada fiz um curso da Oficina de Música (Autos populares brasileiros) e, por isso, acabei não postando nada no blog.
Pois é: fui fazer um curso na área de música, mas não só de música. Difícil descrever o curso para vocês, pois foi um misto de música, teatro, cultura popular, literatura...
O ministrante foi o Itaércio Rocha (do grupo Mundaréu e do bloco Garibaldis e Sacis) e a turma era composta por gente de Letras (Italiano, Francês e Inglês), pedagogia, música, sociologia, artes cênicas... Uma mistura muito interessante, que deu resultados muito bons.
Além de termos brincado com canções populares, cantado, tocado vários instrumentos e criado um auto (“A festa da jabuti guardião”), saímos de lá com a certeza de que a cultura popular está muito perto de nós, não apenas no Norte e no Nordeste do Brasil, pois ela não se restringe ao maracatu nem a outras manifestações que aparecem frequentemente na mídia.
Enfim, não vou me alongar no assunto nem na descrição do curso, mas fiquem atentos: quando virem uma oficina ou um curso do Itaércio, vale a pena!!! (Isso é algo de que eu desconfiava; tive certeza no curso!)

Um das músicas que aprendi (e de que mais gostei) é a que segue abaixo. Quis dividi-la com vocês. ;-)

Tenham um ótimo fim de semana e até a próxima! :D



Peço a Deus pelo bem de quem me ama
E pelo bem de quem pode me odiar
Peço a Deus pelo bem de quem me ama
E pelo bem de quem pode me odiar

Pelo bem de quem me ajuda a sorrir
Pelo bem de quem me ajuda a chorar
Pelo bem de quem gosta de cantar minha toada
De quem dá valor ao meu lugar...

sábado, 19 de janeiro de 2013

Plantar palavras e colher...

Árvores
(Roseana Murray)

Se pudéssemos plantar palavras,
como se planta uma árvore,
tantos frutos invisíveis
contido sem seu silêncio,
tanta sombra ao meio-dia
em seu futuro,
palavras simples e quentes,
amor, pão, mel, encontro,
as sementes seriam aladas,
e o vento varreria o jardim,
então, pouco a pouco,
atravessando montanhas,
mares, cidades,
a paz cobriria o mundo.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Mais acrósticos

Oi, gente...
Semana passada eu falei um pouco sobre a atividade “A pedra no pântano” e hoje sigo com os acrósticos...  
Quero lhes mostrar alguns que escrevi usando nomes de familiares e de amigos!


Simpático
Elefante
Liquida
Móveis
Antigos


Jovem
Ovelha
Espanta
Larápios


Roedor
Inveterado
Topa
Amizades

Sagaz
Inseto
Morde
Ouriços
Nada
Espinhosos

            Fica aí a ideia de brincar com isso... Criem seus acrósticos e depois usem-nos com seus alunos!
            E depois, claro, me escrevam para contar como foi a experiência. J

            Até a próxima!


sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Gianni Rodari e a pedra no pântano

Oi, gente...
Hoje vou falar um pouquinho sobre uma atividade proposta por Gianni Rodari (1920 - 1980) no livro Gramática da fantasia. Esse livro é a base do meu curso “Brincadeiras com leitura, escrita e literatura infantil” e uma das brincadeiras de que mais gosto é A pedra no pântano.
O nome dela pode parecer meio estranho, mas é uma brincadeira que todo mundo conhece. Quem não a conhece, não teve infância! ;-)
Trata-se da criação/escrita de acrósticos a partir da palavra PEDRA.
Vocês conseguem imaginar quantas histórias estão escondidas atrás da concretude dessa palavra? Pois é: inúmeras!!
Depois de brincar com a PEDRA, pode-se brincar com qualquer outra palavra, mas uma das coisas mais legais é pedir que cada um crie um acróstico para seu próprio nome. As crianças costumam ficar bem animadas nessa parte!
Dá para trocar, pedir que cada um escreva um acróstico com o nome de um colega (numa espécie de amigo-secreto?), mas infelizmente isso nem sempre dá certo: sempre há alguma(s) sapeca(s) que cria um poema com situações que chateiam, irritam ou ofendem o colega, então é preciso que fiquemos muito atentos!
Vale a pena, mas normalmente as crianças demoram um pouco para entender o processo e para aceitar que não é um “vale tudo”.
Abaixo, 3 acrósticos de minha autoria. Optei por colocar apenas os que “encontrei na pedra”, mas tenho vários com nomes...
Outra hora eu os mostro aqui.
Um beijo. Até a semana que vem!

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Pequena                                                    
Esquila
Deita e
Rola,
Adormecida.
******
Pai
Esqueceu
Dinheiro;
Riso
Acabou...
******
Porta
Escancarada?
Danada
Ratazana
Ataca!!