domingo, 1 de julho de 2012

Manda quem pode, obedece quem tem juízo!

            Deixo aqui uma sugestão de atividade que considero interessante e divertida.
            Infelizmente não consegui aplicá-la em uma turma de 5ª. série porque as crianças ficaram com VERGONHA DE BRINCAR (!!!!), mas uma colega – e ex-aluna minha no Centro de Artes – a desenvolveu com uma turma de 3ª. série e ficou encantada com o resultado. (Aliás, eu também fiquei!)
            Considero fundamental a união entre brincadeiras e atividades “sérias”, então sempre aconselho meus colegas de profissão a fazerem um “mimo” para as crianças que dê um ar de “diferente” às atividades mais simples e rotineiras.
            Por exemplo: que professor nunca ouviu “chiadeira” da criançada no momento de leitura e interpretação de texto? Pode ser o conto mais legal e engraçado do mundo, mas elas sempre reclamam de alguma coisa...
            Então que tal fazer uma atividade antes de começar a “tortura”?  
            Minha sugestão de hoje é unir a brincadeira “Meu mestre mandou” com o conto “Nem tudo o que seu mestre mandar”, da Rosane Pamplona.
            Como todos sabem, “Meu mestre mandou” é uma brincadeira na qual uma criança é escolhida para liderar as demais, criando gestos que devem ser imitados pelos “pupilos”.
            Normalmente, as crianças fazem uma fila indiana e o mestre fica na ponta dianteira.
            Vamos – finalmente – à atividade que sugiro: fazer a brincadeira “Meu mestre mandou” e, em seguida, formar um círculo (crianças sentadas) para que o conto “Nem tudo o que seu mestre mandar” seja lido.
            Após a leitura, perguntar que diferenças as crianças perceberam entre as duas situações: seguir o mestre na brincadeira e seguir à risca as ordens do mestre no conto.
* Elas consideram correta a atitude dos discípulos, que fizeram apenas o que tinha sido mandado pelo mestre Xang em vez de pensar por si mesmos?
* Elas consideram que todas as ordens devem ser seguidas à risca, sem questionamentos?
* E se a pessoa que estipula as regras deixa algo importante de fora, como agir?
* Não era esperado que os discípulos tivessem tido o bom senso de perceber que o mestre devia ser ajudado a voltar à carroça apesar de seu nome não estar na lista de tudo o que havia dentro dela?
* Qual(is) diferença(s) veem entre seguir ordens do mestre durante uma brincadeira e seguir regras na vida? Em que situação acham mais fácil fazer o que é pedido?
* Concordam com a frase que diz “Tudo o que é proibido é mais gostoso.”? Por quê?

            Esta atividade – bem como as questões acima – são uma sugestão que pode e deve ser adaptada de acordo com a faixa etária e o interesse das crianças.
            Caso alguém a desenvolva em sala, deixe um comentário aqui no blog! Conte que adaptações precisou fazer, como foi a receptividade das crianças...
            Bom trabalho e boa diversão!
           
Link do conto – Revista Nova Escola:

IMPORTANTE:  fundamental lembrar que, ao se trabalhar com literatura, não há como exigir que todos os alunos cheguem à mesma conclusão, façam a mesma leitura... O professor deve estar preparado para ouvir e aceitar os pontos de vista divergentes e não deixar que sua opinião sobre o texto lido pela turma influencie a interpretação dela.  
Não adianta propor uma atividade diferente e divertida e, no final, "acabar"com tudo porque não conseguiu respeitar as ideias das crianças. ;-)

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