sábado, 8 de setembro de 2012

Sentimentos...

            No curso “Literatura infantil e bullying”, trabalho a importância da construção e da valorização da identidade da criança, assim como de sua história familiar.
            Entre os livros que lemos, discutimos e usamos como apoio, está O homem que amava caixas, de Stephen Michael King. Ele é um dos meus preferidos, pois por trás de sua singeleza há uma profundidade muito bonita.
            Sua história serve para falar sobre a dificuldade – e a facilidade – de demonstrar sentimentos, sobre as diferentes maneiras de demonstrá-los...
            Isso sem contar toda a simbologia da caixa, “espaço mágico” onde guardamos muito mais do que apenas objetos.
            Mais não digo, pois não quero estragar a leitura nem tudo que ela pode trazer de bom, belo e revelador.

                                                                                                                    
O homem que amava caixas
Stephen Michael King

Era uma vez um homem
O homem tinha um filho
O filho amava o homem
e o homem amava caixas.

Caixas grandes
caixas redondas
caixas pequenas
caixas altas
todos os tipos de caixas!

O homem tinha dificuldade
em dizer ao filho
que o amava;
então, em suas caixas,
ele começou a construir coisas
para seu filho.

Ele era perito
em fazer castelos
e seus aviões sempre voavam...
a não ser, claro,
que chovesse.

As caixas apareciam de repente,
quando os amigos chegavam,
e, nessas caixas,
eles brincavam...
e brincavam...
e brincavam.

A maioria das pessoas achava que
o homem era muito estranho.

Os velhos
apontavam para ele
As velhas olhavam
Zangadas para ele.

Seus vizinhos riam dele
Pelas costas.

Mas nada disso preocupava o homem,
porque ele sabia que tinham encontrado
uma maneira especial de compartilharem...
o amor de um pelo outro. 


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